Quando me perguntam a minha profissão, respondo de sorriso rasgado, “sou Terapeuta da Fala!”. Porém, dizer que sou terapeuta da fala poderá induzir as pessoas em erro pois o nome “Terapia da Fala” em si torna-se um redutor comparando com o mundo que pode explorar.
Ora, quem nos lê pode ficar a saber que o Terapeuta da Fala para além de atuar ao nível da Fala, atua também ao nível da Linguagem (oral e escrita), Comunicação (verbal e não verbal, desde o uso de gestos a tablets para tornar a comunicação eficaz), Fluência (p.e.: gaguez), Voz e Motricidade Orofacial.
O Terapeuta da Fala intervém em todas as faixas etárias, sim leu bem, em todas! Abrange uma vasta população possibilitando uma intervenção muito vasta. Começando pelos recém-nascidos, pode intervir ao nível das alterações nas funções de sucção e deglutição - não só com os de risco, mas também com os neonatos a termo. Nos bebés pode intervir desde os padrões de sucção até à promoção de uma alimentação segura. Ao nível das crianças e jovens, a intervenção poderá abranger as diversas áreas supracitas, intercedendo quando apresentam por exemplo dificuldades em articular os sons da fala corretamente, dificuldades ao nível da aprendizagem escolar, etc. O Terapeuta da Fala trabalha ainda com adultos e/ou idosos, por exemplo, ao nível da disfagia (dificuldades em engolir/deglutir corretamente), na reabilitação de um AVC, etc.
O sucesso da intervenção só será possível se houver trabalho em equipa. Este deve ser sempre um ponto importante e privilegiado da intervenção, sendo que cada elemento deverá ter presente a sua responsabilidade e reconhecer a importância dos restantes intervenientes no processo, existindo sempre a partilha de evoluções e se necessário, dúvidas. Ora, deste modo importa salientar que cada intervenção é única, sendo que o Terapeuta da Fala poderá estar integrado em equipas multidisciplinares, com os profissionais que forem necessários para o caso em questão. Poderão ser estes, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, dietistas, professores ou educadores, entre outros.
Independentemente da patologia associada de cada paciente, o acompanhamento precoce considera-se fundamental para a evolução/ recuperação do mesmo. A intervenção precoce, além de evitar o agravamento do problema, promove a rapidez da intervenção.
Como pôde verificar, o mundo da Terapia da Fala é bem mais abrangente do que o nome, sendo que se considerar que precisa de nós, não hesite em contactar-nos!